10 março 2006

Eu sou cidadão

Eu sou uma pessoa do campo e nunca estive numa cidade, melhor, eu nunca saí da minha vila subpopulada. Quando o meu pai disse que eu tinha de ir estudar para a cidade lembrei-me, vou ver que definição me dá o dicionário. A definição é pouco ou nada atractiva, deixei de ter vontade de ir para lá estudar. Aí, junta-se a fome com a vontade de comer porque já não gosto muito de estudar, muito menos de ir para um sítio aborrecido. Mas encontrei outras definições de cidade mais apelativas como iluminação colorida da Cidade da Luz, a sempre Cidade Eterna, a nunca invadida e conquistada Cidade Invicta e a santificada e abençoada Cidade Santa. Outras mais definições encontrei, como a cidade dormitório, esta definição ainda é mais entediante do que a geral. Existe uma definição que quase se assemelha à minha vila, cidade fantasma. Mas para onde eu vou tirar o meu curso de biólogo marinho vai ser na Cidade Universitária. Estou em pulgas, a dobrar, pois nunca estive numa cidade e muito menos vi um peixe. Cá em casa, ninguém é muito fã de espinhas e escamas. Amanhã, pela cedinha, apanho o comboio, quando chegar à Cidade Universitária, vou passar a ser cidadão e deixar de ser vilão. Agora já estou mais animado. Nunca mais é amanhã.

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