14 janeiro 2009

Re-Natal

Um por um, no dia dos Reis, foram ver o que tinham na meia após terem aberto os presentes, do maior para o mais pequeno. Todos ficaram a estranhar a prenda dada pelo Diogo.
"Eu quero um excêntrico nesta família."
"Mas excêntricos só dá com o Euromilhões!" diz o irmão mais velho com um ar jocoso enquanto lhe passava a mão na cabeça "Mas obrigado na mesma. É a prenda mais original que alguma vez recebi."
A Joana, namorada do irmão mais velho do Diogo, amarrou o burro por não ter referido a camisola de lã em bico que ela lhe tinha oferecido.
No sábado seguinte estava a família toda reunida, em frente à televisão. As bolas entram na tombola e começa a girar. O primeiro número é anunciado.
"25... 17... 9... 3... 34... 1... e o suplementar... o 46!"
"Nada, nem um número."
"Eu só acertei no suplementar."
"Dois números dá alguma coisa?"
Nem uma frase de contentamento.
Excepto uma. A do Diogo.
"O Faísca acertou em todos!"
O silêncio é rei na sala dos Arede.
"Então..." diz a mãe Arede "o prémio é do dono do Faísca... que é o meu filho querido!" e puxa-lhe as bochechas enquanto o Faísca não tira os olhos do Diogo.
No dia seguinte o dono do candeio vai à "Loja do ZOOOO" e compra a casota maior e mais bonita, mas muito simples pois o Faísca é uma "pessoa" muito simples. E cinquenta quilos de ração, mas daquela que tem nutrientes espectaculares que beneficiam a flora intestinal do seu melhor amigo.
O resto do dinheiro, o Diogo voltou a pendurar as 10 meias à beira da lareira cheias de dinheiro. Isto tudo enquanto todos os Arede estavam a dormir. Todo o dinheiro muito bem dividido por todos as meias dos membros da família.
De manhã o Diogo é o primeiro a acordar, quer dizer ele nem dormiu.
Desce as escadas a correr e grita como que não soubesse.
"Mãe, Pai! o Pai Natal voltou! O Pai Natal voltou!" diz isso aos pulos enquanto o Faísca saltava e dizia qualquer coisa na linguagem próprias dos canídeos que ele só percebia "Au, au!"
Toda a gente desceu as escadas e não acreditaram no que viram, as meias a transbordar de dinheiro.
"É mesmo Natal outra vez." disse o irmão mais velho do Diogo em surdina."