30 abril 2005

Snooker e a mesa vermelha

Snooker é um desporto muito bonito de se jogar, um maço de tabaco (Português Suave azul), uma cerveja, ou mais, e um amigo, tem se uma tarde bem passada. Mas a questão é mesa com o tapete vermelho porquê? Dá um ar de profissional? É bonita a cor? Ou porque o verde está fora de moda? Isto tu do tem a ver com o lobby da "Snooker Carrinho" que importa do Dubai tapetes vermelhos em que o xeque Dubaiano propôs em troca da exportação de tapetes vermelhos para mesa de snooker para Portugal eles faziam uma atenção ao preço de gasolina exportada para Portugal. Mas o problema da gasolina não parar de aumentar é porque os senhores da "Snooker Carrinho" não comercializa tanto como eles queriam, eles acham que tem um grande nicho de mercado com as mesas de snooker verdes e que as vermelhas não se vendem tão bem e as pessoas ao verem as mesas de snooker vermelhas pensam que é mais caras que as mesas verdes e não vão jogar nas mesas vermelhas.

29 abril 2005

Porquê Algarve região de turismo

Todos os portugueses já alguma vez na sua vida devem se ter perguntado, porque é que toda a gente vai no mês de Agosto para o Algarve? Se não se perguntaram deviam ou então estão-se a cagar para esse movimento de massas nesse mês maravilhoso, que é o de Agosto. Segundo estudos emitidos pela Universidade Católica de Lisboa, Instituto de Estatística e o professor doutor Almeida Carminho (licenciado pela Universidade Nova de Lisboa em sociologia), explicam que todos os portugueses emigram para o Algarve para poderem ver os mouros a serem corridos para Marrocos, e por que foi no dia 3 de Agosto de 1143 que eles foram expulsos e alguns mortos de Portugal. E melhor do que ver um choque em cadeia na IP5 é rever os mouros a serem dizimados e expulsos do Algarve. Português que é português é loco por desgraças alheias, então se houver mortos, melhor. O português gosta de ver os outros a sofrer, para colmatar o sofrimento e saber que há outros que sofrem e têm pior destino que o próprio.

28 abril 2005

Baralho de cartas

Parte-se ao meio, manda-se ao ar, reúne-se, começa-se a baralhar até se achar que não estão cartas seguidas e bem baralhado dá-se 15 cartas a um e outras 15 ao outro, começa-se a jogar o jogo da vida. As outras cartas servem para ajudar quando não se tem um bom jogo.

15 abril 2005

Prazos de validade

Isto é uma questão de marketing.
Passando a explicar.
Uma pessoa adquire um produto, chega a casa e coloca-o na dispensa, e quando vai ver o prazo de validade, terminou há 7 dias atrás, e obriga a pessoa a comprar outro, estando o outro ainda comestível.
É tudo uma questão de marketing.


12 abril 2005

Telemóvel novo.

Acordei com o meu telemóvel novo, e cheguei bem cedo ao escritório para partilhar as minhas ideias, mas quando lá cheguei o escritório estava cheio de papelinhos e fitas. A Maria tinha feito anos, ninguém trabalhou o dia todo, eu e o Fernando fartamos de tirar fotos e a gravar a toda a gente, quando reparamos éramos os únicos na festa e estávamos a tirar fotos um ao outro e decidimos ir embora. Assim fomos os últimos a sair da festa, com muitas fotos e gravações de vídeo no meu telemóvel.

11 abril 2005

Zero ideia, grande produção

Filmes publicitários como Nike, Adidas e Calvin Klein da vida são spots com uma ideia é sempre zero, irrita-me essa merda de filmes com grande produção e zero ideia mas faz muito bem ao olho, mas.

01 abril 2005

O Segredo da Ema

Ema é uma menina de cabelos lisos ruivos e com muitas sardas, que anda sempre a correr descalça e a cantarolar para todo o lado onde vai. Todos os dias vai a casa do avô Matias lanchar pão com marmelada e ouvir as suas histórias.
No dia 15 de Novembro, o avô Matias contou-lhe uma história que se tinha passado com ele quando era pequeno e fez com que Ema descobrisse um mundo encantado.
- “Que história é essa, avô Matias?”
- “É uma história de uma floresta muito verde que ao fundo tem um pomar que dá fios de lã de todas as cores para se fazer meias.”
- “Meias? O que são meias?”
- “Essa resposta vais ter de ser tu a descobrir, quando lá fores. Mas lembra-te, só no dia 19 de Novembro de cada ano é que podes apanhar o comboio, pois este é o dia especial para entrar na Floresta Encantada da Duana. Aí encontrarás a tua resposta.”
Ema foi para casa, mas já não ia a correr e a cantarolar como sempre. Desta vez ia muito pensativa e ansiosa pelo dia 19 de Novembro. Quando chegou a casa lembrou-se de dizer à mãe o que o avô lhe tinha contado.
- “Oh Ema, já sabes como é o teu avô. Ele gosta muito de inventar essas histórias para te fazer sorrir ainda mais.”
Mesmo assim, Ema resolveu ir à Floresta Encantada da Duana no dia 19, sem dizer nada à mãe.
Estava uma linda tarde de Outono, o chão estava cheio de folhas que estalavam e voavam à medida que o comboio ia passando. Olhando pela janela via regatos de água, campos cheios de flores amarelas e um céu coberto de nuvens cor-de-rosa que lembravam algodão doce. Quando chegou ao fim da linha ela reparou que era a única passageira que estava no comboio. Assim que saiu, viu uma linha de lã azul debaixo do degrau do comboio, que se dirigia para dentro da floresta. A floresta era como o avô Matias lhe tinha contado, árvores altas e muito verdes, um verde que ela nunca tinha visto. Pelo meio dos ramos passavam os raios de sol. Ema seguiu o fio de lã, mas à medida que o pisava ele desaparecia, como se fosse um guia só para ela. Parou numa ponte que atravessava um rio muito largo, feita de ramos de árvores. A prender esses ramos estavam cordas de lã laranja, azul e cor-de-rosa. Os peixes saltavam de alegria para a verem, à medida que ela ia passando. Um deles deu um salto tão grande que passou por cima dela, salpicando-a de água.
Quando chegou ao fim da ponte viu uma meia de lã prateada, da mesma cor do peixe que tinha passado por cima dela.
Com um olhar de estranheza disse:
- “É parecido com o meu pé.”
Mas ela não sabia o que era uma meia e resolveu guardá-la na mala.
A noite caiu e Ema reparou numas luzes muito pequenas e brilhantes que se mexiam da esquerda para a direita, de cima para baixo e correu em direcção a elas.
De repente viu uma luz muito forte que parecia um raio de sol, mas ia com tanta velocidade que tropeçou numa pedra e caiu.
Quando acordou estava rodeada de muitos olhinhos que pestanejavam. Eram lagartas do tamanho do braço dela. As lagartas falavam e nem repararam que ela já tinha acordado.
- “Não dá.” – disse uma das lagartas.
- “Nunca vamos conseguir fazer meias para ela.”
- “Tem uns pés enormes.”
- “E só dois?”
- “Não te esqueças da encomenda da família das centopeias, eles são três e temos de entregar daqui a dois dias.”
- “Sim, sim, eles vão de férias.”
Ema levantou-se de repente assustada e todas as lagartas, que ficaram ainda mais assustadas que ela, esconderam-se. A pouco e pouco voltaram a aparecer dirigindo-se para ela muito devagar. Uma das lagartas mais corajosas perguntou:
- “Vieste por causa das meias? Não sabemos se conseguimos fazer para o teu tamanho, mas perguntamos à avô Lagartina quando chegarmos a casa.”
- “O que são meias? Quem são vocês? Onde estou?” - perguntou Ema muito rapidamente, tão rápido que elas só perceberam a primeira pergunta. Todas as lagartas agarraram-se à barriga a rir, até que uma, ainda com lágrimas nos olhos de tanto rir, perguntou:
- “Não sabes o que são meias?”
Ema ficou cheia de vergonha e corou, dizendo não com a cabeça.
A lagarta que tinha uma risca amarela a meio da barriga disse:
“Olá, eu sou a Lagartela Amarela, sou a responsável pelas encomendas e entregas das meias. Sei que no país dos humanos não há meias, mas não sintas vergonha, vem connosco e nós mostramos-te o que é.”
Ainda corada, Ema levantou a cabeça e sorriu.
Começou a andar atrás das lagartas, e viu três árvores ainda maiores que as que tinha visto quando saiu do comboio. Estas árvores tinham o tronco muito grosso com ramos para os lados e nesses ramos havia botões com quatro buracos, como os que ela tinha no seu vestido. A lagarta que tinha uma risca vermelha no meio da barriga apontou para a árvore e disse:
- “É aqui.”
Quando a lagarta levantou a patita, Ema viu que ela tinha umas coisas de lã metidas em todas as patas e que todas as outras lagartas também tinham. Eram iguais à que ela tinha encontrado depois da ponte, mas mais pequenas.
- “O que é que tens nas patas?” – perguntou-lhe Ema.
- “São as meias que a Lagartela disse que te ia mostrar. Já agora, eu chamo-me Lagartelha Vermelha.”
- “Que árvores são estas?”
A lagarta com a risca cor-de-rosa respondeu:
- “Eu sou a Lagartosa Cor-de-Rosa. Estas árvores têm 350 anos e chamam-se Lãzeiras. Dão fios de lã através dos buracos dos botões, que são cosidos por nós para fazer meias, porque temos sempre frio nos pés.”
- “Mesmo no Verão?” - pergunta Ema, admirada.
- “Mesmo no Verão.”
A Lagartosa Cor-de-Rosa girou a cabeça como se estivesse à procura de qualquer coisa em cima das árvores e apontou para uma delas.
- “Estás a ver aquele botão azul? Dá linha azul. E aquele vermelho? Dá linha vermelha. Depois nós pegamos nas duas linhas, cosemos e fazemos as meias. Podemos até fazer com mais cores.”
Ema olhou espantada para as três árvores e viu que as lagartas faziam meias muito pequenas e de muitas cores, algumas até com bonecos. No chão, ao pé de uma das árvores, estavam vários cestos de palha com tantas meias que saíam por fora dos cestos.
Ela estava tão entusiasmada com aquilo tudo que pediu à Lagartelha Vermelha que lhe fizessem uma meia. A lagarta respondeu-lhe:
- “Nunca se faz só uma meia, fazem-se sempre aos pares. Vai demorar muito tempo porque tens os pés enormes, mas perguntamos à Avó Lagartina, que é a mais velha e sábia, se podemos fazer meias assim tão grandes.”
A Lagartosa Cor-de-Rosa levou Ema até à árvore do meio, que tinha os botões mais coloridos. Dentro de um buraco escavado na árvore estava a Avó Lagartina. Ema reparou que dentro desse buraco estava também um botão prateado. Assim que chegou, a Avó Lagartina disse-lhe:
- “Tu és amiga do Matias.”
- “Não, tenho é um avô que se chama Matias e que me falou deste sítio.”
- “Avô? Mas ele era tão pequeno quando cá veio!” - disse muito espantada.
- “Ah, já me lembro, eu era muito pequena e ele disse-me que quando tivesse uma neta que gostasse de ouvir as suas histórias, contava-lhe esta e ensinava-lhe como cá chegar. E tu, queres um par de meias?”
- “Sim!”
Ao dizer que sim, Ema olhou para o lado e viu uma minhoca. Perguntou muito baixinho à Avó Lagartina porque é que aquela lagarta não tinha meias.
A Avó Lagartina respondeu-lhe com um ar muito triste:
- “Não é uma lagarta, é a Minhoca Laroca. Ela bem queria, mas como é uma minhoca não tem pés para as usar.” - E acrescentou ainda mais baixinho - “Mas não lhe digas nada, senão ela fica muito triste.”
Aí Ema teve uma ideia:
- “E que tal fazer-lhe um gorro?”
Todas as lagartas ficaram a olhar umas para as outras. As que trabalhavam pararam de trabalhar, estranhas com o pedido de Ema, pois nunca tinham ouvido falar de gorro e muito menos sabiam como fazer um.
- “O que é um gorro?” - pergunta a Lagartosa Cor-de-Rosa.
- “É só uma meia para se usar na cabeça e também serve para aquecer.”
A Avó Lagartina, de olhos muito abertos, falou alto para todas as lagartas:
- “Parem tudo o que estão a fazer, pois vamos fazer um gorro para a Minhoca Laroca!”
A Minhoca Laroca, que estava a dormir, acordou ao ouvir o seu nome.
- “Olá Minhoca Laroca, eu sou a Ema e já que não tens pés para usar meias, as lagartas vão fazer um gorro para te aquecer a cabeça.”
A Minhoca Laroca ficou contente da vida mesmo não sabendo o que é um gorro, o que lhe interessava é que nunca mais ia ter frio.
A Lagartela Amarela lembrou-se que ainda faltavam as meias para a Ema e disse logo:
- “Eu e a Lagartosa Cor-de-Rosa podemos fazer as meias para a Ema, mas ainda não sabemos se conseguimos, pois a Avó Lagartina não nos disse se era possível ou não.”
Então a Avó Lagartina contou a história de como fez umas meias grandes, quando era mais nova e fê-las para oferecer ao pequeno Matias, agora avô da Ema.
O gorro era lindo, foi feito com uma risca de todas as cores, a Minhoca Laroca ficou muito feliz por nunca mais passar frio e por deixar de se sentir diferente das suas amigas lagartas. As meias da Ema tinham duas cores, cor-de-rosa e amarelo, para ela não se esquecer de quem as fez.
Quando calçou as meias, Ema lembrou-se da meia prateada que tinha encontrado no fim da ponte.
“Ó Avó Lagartina, quando eu vinha para cá atravessei uma ponte e encontrei uma meia.” Todas as lagartas pararam outra vez, para ver que meia é que ela tinha encontrado. Ema remexeu na mala e tirou a meia prateada muito devagar. A Avó Lagartina quase chorou de alegria quando viu aquela meia.
- “Essa meia fui eu que dei ao teu avô quando ele cá veio, para se lembrar de mim, e ele deve ter deixado cair.” Ema olhou para a meia. “Guarda-a e não a percas, quando chegares ao pé do teu avô dá-lhe a meia.”
- “Mas porque é que não vi mais nenhuma meia desta cor?”
- “Ema, essa meia foi feita por um botão muito especial e único, que está dentro do sítio onde moro. Quando a lã passa por esse botão fica prateada. Mas como só há um desta cor, só se faz em ocasiões muito especiais ou para oferecer a alguém muito especial, como o teu avô, pois foi ele o primeiro humano a descobrir este local. Ele jurou que guardaria segredo e só contaria a uma pessoa que amasse muito e ouvisse as suas histórias, Tu! Por isso lembra-te que há coisas muito especiais que só podemos partilhar com aqueles que mais amamos e que nos ouvem.”
Ema despediu-se de todas as lagartas e da Minhoca Laroca, que andava a mostrar o seu novo gorro a toda a gente. Por fim voltou para o comboio, pois o sol estava quase a nascer e ela não queria que a mãe descobrisse que ela tinha saído.
Quando chegou a casa, o sol estava a nascer e a mãe ainda não tinha acordado. Entrou muito devagar e a mãe continuou a dormir, pois com as meias calçadas não fez barulho nenhum com os pés. Adormeceu mal se deitou, de tão cansada que estava com tanta aventura.
Quando acordou descalçou as meias, porque também ela prometera guardar segredo. Lembrou-se que tinha de ir a correr ter com o avô pois já estava na hora da sua história.
Como sempre, o avô já tinha o pão com marmelada em cima da mesa e ia começar a contar uma história, como era hábito fazer, quando Ema tirou da mala a meia prateada que ele tinha perdido. O avô Matias nem queria acreditar, era a sua meia prateada. Pegou nela, abriu o cofre que tinha no quarto e guardou-a ao lado da outra meia prateada. Fechou o cofre e deu um beijo à neta. Ema segredou-lhe:
“Vou contar à minha neta, quando ela quiser ouvir as minhas histórias.”
O avô sorriu e foram os dois comer o pão com marmelada, enquanto ele lhe contava outra história.

FIM


Autores: Ana Romano, Duarte Nuno