08 outubro 2009

O meu relógio morreu

Era um dia normal do ano de 1212, dia 12 de Dezembro. E os dois ponteiros apontavam para cima. 12 horas, bela hora para acordar. Saí de casa para ir à bola e era meio-dia. São horas de mudar a pilha.
Cheguei à estação de comboios, quer o relógio da gare quer o da senhora que estava ao meu lado diziam meio-dia. O meu mantinha-se na mesma hora.
Um senhor que vinha com os bafos na boca perguntou-me.
- Podiam-me dizer as horas, por favor?
- Está parado, precisa de pilha.
- Não é disso, não.
Isto já é estranho, mas como nunca fui escravo do tempo e este meu relógio é feio como tudo não preciso dele. Antes de chegar ao estádio, comprei um cachecol do meu clube por 12 Dinheiros. Isto não pode ser coincidência.
- Desculpe - disse eu para o vendedor - não está a pedir pouco pelo cachecol?
- Nem por isso. - olha para o relógio - Tem horas que me diga?
- Meio-dia, mas...
- Ok está certo com o meu. - nem me deixou terminar, mas estou contente, vendeu-me o cachecol bem barato e isso é que interessa.
Chegado ao estádio o relógio que contava o tempo de jogo já estava nos 12 minutos e 12 segundos.
- Sabe o que é que se passa com as horas? Estão todos os relógios a marcar meio-dia. - disse eu para o meu vizinho de jogo.
- O dono das horas faleceu e só pensam substituí-lo para a próxima semana.
- E como é que vão medir esse tempo? - pergunto eu
- Da mesma maneira que estão a medir o tempo do jogo - mal acaba de falar, vira-se para o jogo e grita. - Golo!

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