Num beco escuro e muito apertado encontrei três dedos, dois deles dançavam uma moda muito entrelaçadinhos, que tocava numa cassete de 90 minutos. As colunas eram duas caixas de ovos de seis.
O terceiro, que era um mindinho muito delgado, estava encostado num canto a beber um dedal de verniz, para ver se passava o tempo.
Tive muita pena da solidão desse mindinho. Saquei da minha navalha muito usada pelo meu avô e cortei o meu mindinho da mão direita. Estanquei a hemorragia com o lenço.
Os dois entenderam-se e começaram a dançar.
Mesmo assim achei que a festa estava muito morna.
Cortei o anelar da mesma mão, era o dj porque aquela música nem o meu avô ouvia. O single de Spank Willy causou alguma estranheza, mas rapidamente os dedos deram às falangetas um novo ritmo.
Eu gosto de ver muita gente divertida e de imediato a navalha cortou o médio e o indicador. À primeira fiquei arrependido por os ter cortado porque não queriam dançar, mas a música seguinte era a "Kiss and Resolve" e aí estava mais um casal de dedos entrelaçados a dançar.
A festa durou mais uns cinco minutos porque veio o gato da vizinha arruinar a festa destruindo tudo.
Da mão direita só o polegar ficou, não há problema vai servir para eu apanhar uma boleia para o hospital mais próximo porque já estava a sentir fraqueza de tanto sangue perdido.
11 dezembro 2009
03 dezembro 2009
Não pode ser este perfume
Há um ano atrás fui fazer uma radiografia ao nariz, para saber o que eu tinha, pois ando sempre ranhoso. "Sinusite aguda" foi o que doutora Não-Sei-O-Nome me disse e receitou-me dois comprimidos que nunca tomei, mas comprei. Agora já sei a razão para tanta assoadela, para tantos lenços de papel gastos.
Tenho que fazer um teste literário, ler O Perfume de Patrick Süskind para ver se me cheira.
Primeira cena o nascimento do personagem. Fantástico a maneira como está escrito que me permite com sinusite aguda sentir o cheiro do peixe misturado com o podre. Se eu fosse ao Mercado da Ribeira nem que uma peixeira me atirasse uma raia à cara, eu não cheirava que ela me ia atira-lo à cara. O resultado do teste foi positivo, a vida pós livro manteve-se, não me cheira a nada.
Obrigado senhor escritor por me deixar cheirar todos os aromas que Jean Baptiste Grenouille, com o seu jeito para a alquimia, criou. Isto mais parece uma frase de alguém que cegou e conta como são lindas as cores do arco-íris e que o barulho das ondas a bater nas rochas só fazem sentido vendo-as.
Mas, por muito bom que este manuscrito seja, tenho um fraquinho literário do outro lado do Oceano, no Chile, em Luis Sepulveda.
O seu estilo, não é o meu. Mas a sua simplicidade a escrever é incrível. Eu adoro.
Estou-me a referi mais propriamente a "História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar". Não há algo mais irritante quando nos contam o final. Há mas não se conta o fim de nada. Deu-me vontade, quando li o título livro e ter concluído e verificar termina mesmo assim (espero que já tenham lido isto, porque eu voltei a fazer a mesma coisa), de lhe contar o fim de um livro que ele queira muito ler.
Aqui apresento dois livros que me marcaram um por me devolver o cheiro, por pouco tempo e outro pela simplicidade.
Tenho que fazer um teste literário, ler O Perfume de Patrick Süskind para ver se me cheira.
Primeira cena o nascimento do personagem. Fantástico a maneira como está escrito que me permite com sinusite aguda sentir o cheiro do peixe misturado com o podre. Se eu fosse ao Mercado da Ribeira nem que uma peixeira me atirasse uma raia à cara, eu não cheirava que ela me ia atira-lo à cara. O resultado do teste foi positivo, a vida pós livro manteve-se, não me cheira a nada.
Obrigado senhor escritor por me deixar cheirar todos os aromas que Jean Baptiste Grenouille, com o seu jeito para a alquimia, criou. Isto mais parece uma frase de alguém que cegou e conta como são lindas as cores do arco-íris e que o barulho das ondas a bater nas rochas só fazem sentido vendo-as.
Mas, por muito bom que este manuscrito seja, tenho um fraquinho literário do outro lado do Oceano, no Chile, em Luis Sepulveda.
O seu estilo, não é o meu. Mas a sua simplicidade a escrever é incrível. Eu adoro.
Estou-me a referi mais propriamente a "História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar". Não há algo mais irritante quando nos contam o final. Há mas não se conta o fim de nada. Deu-me vontade, quando li o título livro e ter concluído e verificar termina mesmo assim (espero que já tenham lido isto, porque eu voltei a fazer a mesma coisa), de lhe contar o fim de um livro que ele queira muito ler.
Aqui apresento dois livros que me marcaram um por me devolver o cheiro, por pouco tempo e outro pela simplicidade.
Como te odeio
Para ti só te desejo o pior. Mais do que o pior. Que te façam o mesmo que fizeste ao João.
Depois de tanto tempo a amar, o meu grande amigo João, acabas com ele e logo dessa maneira. Não podias ter falado com ele, cara-a-cara? Mas não, teve de ser de um modo mais cobarde, por sms. Que cobardia.
Não estás curiosa pelo que ele tem para te dizer? Ou mesmo dar-lhe uma segunda hipótese. Pode ser que cheguem a um entendimento.
Ele não te traiu? Que eu saiba não, posso-te adiantar já. Tratou-te mal? Bateu-te? Não te amava o suficiente?
O QUE É QUE ELE TE FEZ?
O João já não é o mesmo sem ti, pois não sabe onde errou. Há uma semana que não abre a boca, só mesmo para suspirar e dizer palavras soltas e sem sentido. Convido-o para ir ao café ou para beber um copo e está ali, só em corpo presente parecendo uma ameba. Não sei onde hei-de encontrar o João que eu conheço. Queres ajudar-me a encontra-lo?
Margarida, põe-te no lugar dele. Gostavas que ele te fizesse o mesmo?
Não te acho má pessoa e daí estar-te a escrever, senão tinha-te ignorado e estava preocupado com o João. Espero mesmo que vás falar com ele. Imploro-te por tudo, pelo João.
Antes de o fazeres queria falar contigo a sós. Podemos combinar um café ou mesmo um jantar. Pode ser no Gaiteiro, tem um ambiente descontraído para uma boa conversa.
Tenho tido problemas cardíacos, mas nada de grave, não vou morrer a não ser que não me dês parte do teu coração para curares o meu.
Sim eu amo-te, mesmo antes de vocês começarem esse, para mim, amor eterno de 3 anos. Só estava à espera do momento que o vosso namoro acabasse, e finalmente teve o seu término tardio.
Tenho a consciência que vou perder todos os meus amigos, mas assim prefiro do que ficar sem ti.
Responde-me o mais rapidamente possível e de preferência por carta. É mais romântico.
Beijos para ti Margarida.
Pedro Alves.
Depois de tanto tempo a amar, o meu grande amigo João, acabas com ele e logo dessa maneira. Não podias ter falado com ele, cara-a-cara? Mas não, teve de ser de um modo mais cobarde, por sms. Que cobardia.
Não estás curiosa pelo que ele tem para te dizer? Ou mesmo dar-lhe uma segunda hipótese. Pode ser que cheguem a um entendimento.
Ele não te traiu? Que eu saiba não, posso-te adiantar já. Tratou-te mal? Bateu-te? Não te amava o suficiente?
O QUE É QUE ELE TE FEZ?
O João já não é o mesmo sem ti, pois não sabe onde errou. Há uma semana que não abre a boca, só mesmo para suspirar e dizer palavras soltas e sem sentido. Convido-o para ir ao café ou para beber um copo e está ali, só em corpo presente parecendo uma ameba. Não sei onde hei-de encontrar o João que eu conheço. Queres ajudar-me a encontra-lo?
Margarida, põe-te no lugar dele. Gostavas que ele te fizesse o mesmo?
Não te acho má pessoa e daí estar-te a escrever, senão tinha-te ignorado e estava preocupado com o João. Espero mesmo que vás falar com ele. Imploro-te por tudo, pelo João.
Antes de o fazeres queria falar contigo a sós. Podemos combinar um café ou mesmo um jantar. Pode ser no Gaiteiro, tem um ambiente descontraído para uma boa conversa.
Tenho tido problemas cardíacos, mas nada de grave, não vou morrer a não ser que não me dês parte do teu coração para curares o meu.
Sim eu amo-te, mesmo antes de vocês começarem esse, para mim, amor eterno de 3 anos. Só estava à espera do momento que o vosso namoro acabasse, e finalmente teve o seu término tardio.
Tenho a consciência que vou perder todos os meus amigos, mas assim prefiro do que ficar sem ti.
Responde-me o mais rapidamente possível e de preferência por carta. É mais romântico.
Beijos para ti Margarida.
Pedro Alves.
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